- As letras góticas apareceram na Idade Média por volta do século VIII e ocasionalmente ainda são usadas. São uma variante tipográfica do alfabeto latino, que não deve ser confundida com o alfabeto gótico, baseado no grego e criado pelo bispo Ulfilas para escrever a Bíblia em língua gótica.
Foram características da Europa Central e foram os caracteres tipográficos usado por Johannes Gutenberg, o inventor da imprensa, que difundiu os tipos góticos por todo o Ocidente. Nos primeiros séculos da imprensa, essas letras foram mais populares que os caracteres latinos, hoje muito mais comuns.
Os caracteres latinos hoje familiares foram inicialmente usados apenas em livros impressos em latim e conhecidos como "escrita humanística". Mais tarde seu uso se estendeu a obras humanistas e eruditas em geral, até gradualmente substituir os tipos góticos na maioria dos países da Europa ocidental, com exceção da Alemanha.
Mesmo a Alemanha começou a usar cada vez mais os caracteres latinos (como a fonte Antiqua) a partir do século XVIII, para tornar mais fácil a comunicação com outros países do continente. O regime nazista, entretanto, promoveu o uso do gótico (principalmente a fonte conhecida como Fraktur), e tachou de "não-arianas" as fontes Antiqua, principalmente o tipo sem serifa favorecido pela Bauhaus.
Essa política foi, porém, subitamente abandonada em 3 de janeiro de 1941, quando Martin Bormann divulgou uma circular a todos os escritórios públicos que declarou serem Judenlettern (letras judias) as fontes do tipo Fraktur e proibiu o seu uso. A razão pode ter sido o desejo de usar fontes e equipamentos tipográficos confiscados fora da Alemanha para imprimir textos alemães, ou de facilitar a comunicação com os territórios ocupados.
Depois da guerra, durante os anos difíceis de 1945-1955, a fonte Fraktur teve um breve ressurgimento porque muitas gráficas alemãs não tinham dinheiro para adquirir novos tipos, mas depois que a economia se recuperou as letras góticas foram abandonadas. Hoje são usadas apenas para fins decorativos e nos títulos de alguns jornais tradicionais.
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