O nódico é uma língua imaginária que está sendo criada e desenvolvida por José Geraldo Gouvêa para um romance de ficção científica ainda em fase de projeto, ambientado em um planeta de colonização humana, chamado Nod. O autor pretende aceitar colaborações e sugestões de usuários da Conlag Wikia, que deverão ser adicionadas à discussão desta página.
É uma língua predominantemente aglutinante com características morfológicas semitas (raízes consonantais), túrquicas (limitada harmonia vocálica) e germânicas (no aspecto fonético). Segundo a ambientação do romance o Nódico teria sido criado artificialmente para ser uma língua foneticamente simples (sem ser muito limitada), com uma gramática precisa e regular (sem ser muito rígida ou complexa) como parte de um projeto político de unificação.
Aspectos Gerais[]
De modo geral, o Nódico está sendo baseado nas seguintes características:
- gêneros gramaticais não-baseados em sexo, mas em concretude e animação (por exemplo: gen. abstrato, gen. natural inanimado, gen. natural animado, gen. humano e gênero artificial).
- declinação sintática (marcação do sujeito, dos objetos e dos verbos)
- não há flexão de plural, mas apenas de individual e coletivo (ou, de outro modo, de determinado e indeterminado), sendo a noção de plural transmitida por reduplicação ou por adjetivos.
- os verbos serão conjugados por prefixação
- os adjetivos serão conjugados por aspecto (como em Tupi)
- uso restrito de preposições, tal como em Latim.
O princípio básico que norteou o desenvolvimento do Nódico é o da praticidade (daí não serem empregados diacríticos e a restrição na variedade de consoantes). Apesar de ser uma língua imaginária, desenvolvida para um romance, o Nódico precisa se parecer com uma língua utilizável como língua auxiliar internacional.
O Nódico será escrito, pelo menos em princípio, com o alfabeto latino. Em parte tal opção se deve à pouca familiaridade do desenvolvedor com programas de construção de fontes TrueType. Caso alguém se disponha a desenvolver uma escrita para o Nódico ela deve se basear em símbolos minimalistas, que sejam facilmente reconhecíveis em contexto, tal como os do Shavian, a escrita coreana ou o alfabeto georgiano. A distinção entre vogais longas e breves, ou entre vogais longas e ditongos, pode ser interessante.
Fonética e Ortografia[]
O inventário fonético é razoavelmente limitado em comparação com a maioria das línguas artificiais naturalísticas, tendo apenas 7 vogais e 13 consoantes (possivelmente 15).
Vogais e Semivogais[]
Inicialmente penso em empregar sete letras para representar as vogais
- A = [a] como em casa nas sílabas longas e [ɐ] como em casa nas breves;
- E = [ɛ] como em café, apenas em sílabas longas;
- I = [ə] como em inglês, "bird";
- O = [ɔ] como em "fole", apenas nas sílabas longas;
- U = [u] como em francês "vue" nas sílabas longas e [u] nas breves;
- W = [u] como em portuguẽs, "tudo", apenas em sílabas longas.
- Y = [i] apenas em silabas longas e [ə] nas breves.
As semivogais /j/ e /w/ são escritas com I e U em posição final (em relação à sílaba) e como J e V em posição inicial.
Em posição inicial as semivogais comportam-se como consoantes, exatamente como em inglês; sendo que, no início da palavra, tem pronúncia fricativa ([ʝ] e [v]).
Consoantes[]
As consoantes têm três pontos de articulação: labial, alveolar e velar. Não existem consoantes dentais, palatais, uvulares, faringeais ou glotais:
Articulação |
Bilabiais |
Alveolares |
Velares |
|
---|---|---|---|---|
Oclusivas |
surda |
[pʰ] – p |
[tʰ] – t |
[kʰ] – c |
sonora |
[b] – b |
[d] – d |
[ɡ] – g |
|
nasal |
[m] – m |
[n] – n |
||
Africadas |
surda |
[pf] – pf |
[ts] – ts |
[kh] – ch |
Fricativas |
[f] – f |
[s] – s |
[h] – h |
|
Vibrante |
sonora |
[r] – r |
[ʁ] - ħ |
|
Lateral |
[l] – l |
- As oclusivas ([p], [t] e [k]) se opõem por aspiração, como em islandês, chinês e finlandês, e não por sonoridade, como em português.
- As fricativas são todas surdas: [f], [s] e [h].
- As demais séries são incompletas, com duas nasais ([m] e [n]), uma rótica vibrante ([r]) e uma lateral ([l]).
Além destas letras, serão empregados alguns dígrafos, para oclusivas africas (pf, ts e ch) e para algumas assimilações de encontros consonantais.
Gramática[]
A gramática do Nódico se baseia numa estrutura sintática do tipo SVO, com a possibilidade de inversão para OSV em construções tópicas.
- Um exemplo de construção SVO simples seria: [substantivo + marca de sujeito] [adjetivos e apostos relacionados ao sujeito] [verbo flexionado (tempo)] [substantivo + marca de objeto] [adjetivos e apostos relacionados ao objeto]
- Um exemplo de construção do tipo inverso (tópico) seria: [substantivo + marca de objeto], [substantivo + marca de sujeito] [pronome + marca de objeto] [verbo flexionado (tempo)]
A repetição do objeto através do pronome é opcional, a vírgula não.
A função sintática dos termos na frase é marcada por palavras, de forma semelhante ao japonês. Tais marcadores são obrigatoriamente monossílabos e se harmonizam vocalicamente com a última sílaba tônica do radical da palavra a que se referem.
Flexões não sintáticas (determinação, gênero, número e grau) são indicadas por flexão do radical através de prefixos ou sufixos.
Um exemplo de flexão seria a transformação em verbos pela adição à raiz de uma fricativa antes da consoante final. Por exemplo, um radical como pit (buraco) viraria o verbo pist (escavar).
Flexão verbal[]
Os verbos são conjugados através de prefixos, sufixos e metafonia, formando quatorze tempos simples: presente, pretérito imperfeito, pretérito perfeito, futuro, subjuntivo presente, subjuntivo pretérito, subjuntivo futuro, imperativo, gerúndio, gerundivo (expressa o que deve ser feito), particípio presente (expressa quem faz), particípio passado, particípio futuro (o que será feito) e infinitivo.
A conjugação se faz através de prefixos consonantais (marcação de pretérito), prefixos vocálicos (marcação de futuro), metafonia (marcação de presente) e de sufixos.
A intenção é que o nódico tenha palavras curtas, poucas partículas e não se pareça de imediato com nenhuma língua natural e, ao mesmo tempo, que seja fácil de pronunciar e não muito difícil de aprender.
Cultura[]
Saiba Mais: Nod
Devido às características políticas e sociais da cultura, José Geraldo modela o desenvolvimento lingüístico no do sânscrito e do latim. Ou seja, no princípio há uma língua "clássica" que evoluiu para formas intermediárias não completamente registradas (prácritos e romances) e por fim, uma ou mais línguas derivadas.
A história se passará em um tempo futuro (séculos ou milênios após o estabelecimento original da cultura) em que o vernáculo será uma língua derivada do Nódico, mas a grande maioria do conhecimento continuará sendo produzida e difundida na língua clássica (uma situação similar à da Europa Medieval).
A língua original é uma língua regular e elegante, que empregará o alfabeto latino ou, talvez, o cirílico. As línguas derivadas terão múltiplas irregularidades, obscuridades e ambigüidades, fazendo necessário o uso, por exemplo, de muitos diacríticos.