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Bandeira e logotipo do Volapuque

O volapuque (Volapük) foi a primeira língua artificial a conseguir algum sucesso prático e também uma das primeiras a se basear em uma construção a posteriori .

A palavra Volapük significa "língua mundial" (vol 'mundo', -a 'de', pük 'língua'). Há versões do nome "volapük" em outros idiomas: "volapuque", "volapuc", "volapuk", etc.

O volapuque foi criado em 1880 por Johann Martin Schleyer, um padre católico do então grão-ducado de Baden, na Alemanha. Schleyer acreditava que Deus lhe tinha dito num sonho para criar uma língua internacional. Realizaram-se convenções de volapuque em 1884, 1887 e 1889. As duas primeiras usaram o alemão, mas a última tentou usar apenas a língua criada com Schleyer. A dificuldade pôr em prática o uso de volapuque nessa convenção marcou o início do declínio do entusiasmo por essa língua e abriu caminho a projetos concorrentes, principalmente o Esperanto. Entretanto, continuou a existir um pequeno grupo fiel ao volapuque

Na década de 1920, Arie de Jong, com o consentimento dos líderes do pequeno grupo de falantes de volapuque - , fez uma revisão da língua, que foi publicada em 1931 e aceita pelo remanescente do movimento volapuquista. De Jong simplificou a gramática, eliminou algumas formas verbais raramente usadas, eliminou o sexismo percebido nas desinências de gênero dos pronomes e verbos e reformou os numerais. Também acrescentou o fonema "r" e o usou para tornar alguns morfemas mais reconhecíveis. Por exemplo, lömib (rain) tornou-se rein. Em volapuque, a versão original do volapuque é conhecida como Volapük rigik e a reformada, como Volapük pebevoböl.

Sob a liderança de De Jong, o volapuque recuperou certa popularidade na Holanda e Alemanha, mas assim com as demais línguas auxiliares internacionais, foi proibido durante o domínio nazista e não mais se recuperou. Mesmo assim, uma comunidade de volapuquistas tem existido continuamente desde o tempo de Schleyer, com uma sucessão jamais interrompida de Cifals (líderes). Segundo Ed Robertson, essa comunidade tinha 25 a 30 falantes em 1995.

Os códigos ISO 639 do volapuque são vo e vol.

Fonética e escrita[]

No alfabeto de volapuque constam as seguintes letras, com os respectivos valores fonéticos em AFI (alguns deles com possíveis alternativas) indicados nas linhas inferiores:

A Ä B C D E F G H I J K L M N O Ö P R S T U Ü V X Y Z
a ä b c d e f g h i j k l m n o ö p r s t u ü v x y z
/a/ /ɛ/ /b/ /ʧ/ /d/ /e/ /f/ /g/ /h/ /i/ /ʃ/ /k/ /l/ /m/ /n/ /o/ /ø/ /p/ /r/ /s/ /t/ /u/ /y/ /v/ /ks/ /j/ /ʦ/
/ʤ/ /ʒ/ /gz/ /ʣ/


Não se utilizam as letras "q" e "w". O trema nunca é omitido, mesmo quando utilizados em letras maiúsculas. O "r" não era parte do volapuque original, mas foi acrescentado na reforma de 1931.

As letras nunca são mudas e nunca mudam de pronúncia. A utilização de maiúsculas e minúsculas segue as regras usuais.

No volapuque todas as letras se pronunciam e não existem ditongos, pois todas as vogais são pronunciadas separadamente. A sílaba tônica é sempre a última.

Morfologia[]

Todas as raízes do volapuque iniciam-se por consoante, de maneira que prefixos vocálicos possam indicar os tempos verbais sem ambigüidade, mesmo em palavras que não são verbos. Por exemplo, del, "dia"; adel, "hoje"; odel, "amanhã"; ädel, "ontem".

Assim, por exemplo, England torna-se, em volapuque reformado, Linglän; e Italia, Litaliyän. No volapuque original, os nomes desses países eram Nelij e Täl.

Além disso, nenhum radical pode começar por ne-, para que não haja confusão com o prefixo negativo, nem terminar por -s, pois essa é a desinência do plural. Por isso, a palavra "necessity" transformou-se em zesüd e (no volapuque original, sem "r"), "rose" tornou-se lol.

Substantivo[]

Como em alemão, o substantivo tem quatro casos: nominativo, genitivo, dativo e acusativo. Nos compostos, a primeira parte é geralmetne separada da segunda pela desinência genitiva -a, por exemplo, Vola-pük, "do mundo - línguagem". Entretanto, as outras desinências de caso (-e dativo, -i acusativo) também são às vezes usadas, ou as raízes podem ser aglutinadas no nominativo, sem vogal de separação.

Pronomes pessoais[]

O Volapük rigik tinha os seguintes pronomes:

  • ob, eu
  • ol, tu
  • om, ele
  • of, ela
  • os, isso
  • obs, nós
  • ols, vós
  • oms, eles
  • ofs, elas

Na gramática original, o masculino om ou oms era usado também para se referir a pessoas sem determinar o gênero, ou de ambos os gêneros. Nos anos 20, essa regra já era visto como sexista. Para eliminá-la, o Volapük pebevoböl introduziu os seguintes pronomes adicionais:

  • on, ele ou ela
  • ons, eles ou elas
  • oy, um, algum, se (indefinido)

Outros pronomes adicionais também foram introduzidos, mas tiveram pouca aceitação:

  • og, eu ou tu
  • ogs, eu e tu, nós e tu, eu e vós, nós e vós (nós inclusivo)
  • or, tu (formal)
  • ors, vós (formal

Adjetivos[]

Formados pelo sufixo -ik, normalmente vêm depois do substantivo que modificam. Não concordam com o substantivo em número e caso, a menos que precedam o substantivo ou estejam isolados.

Advérbios[]

São formados pela desinência -o, adicionada ao radical ou ao sufixo -ik; normalmente vêm depois do verbo ou adjetivo que modificam.

Artigo[]

O artigo é o (como o artigo definido masculino do português) e somente é utilizado antes das palavras não traduzidas ao volapuque (ex. Nomes próprios). O artigo se declina como o substantivo e também utiliza a terminação em "s" no plural.

Numerais[]

  • 1. bal
  • 2. tel
  • 3. kil
  • 4. fol
  • 5. lul
  • 6. mäl
  • 7. vel
  • 8. jöl
  • 9. zül
  • 100. tum
  • 1.000. mil

No volapuque original, as dezenas eram marcadas pelo sufixo -s:

  • 10. bals
  • 11. balsebal
  • 20. tels
  • 30. kils

A partir da reforma de 1931, esse sufixo foi substituído por -deg (dez):

  • 10. baldeg
  • 11. baldegebal
  • 20. teldeg
  • 30. kildeg

Verbos[]

A conjugação dos verbos é extremamente detalhada, com morfemas que marcam tempo, aspecto, voz, pessoa número e (na terceira pessoa) gênero. Ao todo, um verbo em volapuque pode ser conjugado de 1.584 maneiras diferentes (incluindo infinitivos e reflexivos). Entretanto, muitas dessas categorias são opcionais e um verbo pode ser usado dem um estado não-marcado.

No Volapük rigik, os afixos e sufixos mais importantes na conjugação eram:

Prefixos:

  • ä- imperfeito: älöfom ("amava")
  • e- pretérito: elöfom ("amou")
  • i- mais-que-perfeito: ilöfom ("amara")
  • o- futuro: olöfom ("amará")
  • u- futuro perfeito: ulöfom ("terá amado")
  • p- voz passiva: plöfom ("ser amado")

Infixo:

  • -i- aoristo: oilöfom ("amará habitualmente")

Sufixos:

  • -ön, infinitivo: löfön ("amar")
  • -öl particípio presente: löföl ("amante")
  • -om presente: löfom ("ama")
  • -öx condicional: löfomöx ("amaria")
  • -la subjuntivo: löfomla ("amasse")
  • -ös optativo: löfomös! ("que ele possa amar!")
  • -öd imperativo löfomöd! ("que ele ame!")
  • -öz jussivo löfomöz! ("ele tem que amar já!")
  • -s reflexivo: löfobsok ou löfoboks (nós nos amamos)

No Volapük pebevoböl, o jussivo e o aoristo foram abolidos e o uso do subjuntivo restrito a situações nas quais a declaração é tida como improvável ou absurda.

Foram introduzidos, por outro lado, dois novos tempos:

  • , futuro do pretérito: ölöfob (eu ia amar)
  • , futuro do pretérito perfeit: ülöfob (eu ia ter amado)

A desinência do reflexivo em -s foi substituída pela partícula okis:

  • löfobs okis, ("nós nos amamos")

Foi introduzida uma nova partícula, odis, com o significado de "uns aos outros", para distinguir o reflexivo do mutuativo:

  • löfobs odis, ("nós nos amamos uns aos outros")

outros[]

Não só verbos, adjetivos e advérbios, mas também preposições, conjunções e interjeições podem ser formadas a partir de substantivos acrescentando-se os sufixos apropriados.

Espécimes[]

Pai-nosso (versão original, de 1880):

O Fat obas, kel binol in süls, paisaludomöz nem ola!
Kömomöd monargän ola!
Jenomöz vil olik, äs in sül, i su tal!
Bodi obsik vädeliki govolös obes adelo!
E pardolös obes debis obsik,
äs id obs aipardobs debeles obas.
E no obis nindukolös in tendadi;
sod aidalivolös obis de bad.
Jenosöd!


Pai-nosso (versão revisada, de 1930):

O Fat obas, kel binol in süls! Nem olik pasalüdükonöd!
Regän ola kömonöd!
Vil olik jenonöd, äsä in sül, i su tal!
Givolös obes adelo bodi aldelik obsik!
E pardolös obes döbotis obsik,
äsä i obs pardobs utanes, kels edöbons kol obs.
E no blufodolös obis,
ab livükolös obis de bad!
(Ibä dutons lü ol regän, e nämäd e glor jü ün laidüp.)
So binosös!

Ligações externas[]


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